Não te liguei,
Como bem sabes;
Não te escrevi —
Já não se escreve.
Do e-mail me poupes:
É novo correio velho;
WhatsApps e Skypes
Finam-se no balaio.
E que se dane o Face,
Teu adorado espelho,
Amor que bem mereces,
Por ser tão lisonjeiro.
Toda palavra remota
Que penso em te dizer,
Se apaga bem na hora,
Rente à tela do teu ser.
Falando sério, enfim,
Tudo se perde no ar,
E te esfumas em mim
Antes d’eu te alcançar.
[6/ “21 Poemas” – 2015]

Um Mark Rothko (1968) sem título