
O voluntariado do formigueiro planetário desfila no bilionário calçadão virtual do capitalismo tecnológico. Não ganha um tostão, mas o que é o dinheiro diante de uma vitrine onde alguém pode compartir reflexos e refluxos com audiência Silicon Valley et Orbi, ainda que fantasiosa, e experimentar a sensação de que não se está só, de que tudo que diga, ganhe ou faça da própria vida é importante para alguém.
A praça pública do Facebook reúne todos os vícios da democracia e suas virtudes mais estreitas.
Os passeantes confortam-se em assentar juízos, mas não se batem por consensos ou clamam pela verdade.
Nas era das redes sociais vence o Brexit na Grã-Bretanha e perde a Paz duramente acordada na Colômbia (a Primavera Árabe o que era mesmo?), sob a força gravitacional do rancor. Os últimos profetas do mundo como obra em progresso deveriam pedir o boné.
As instituições republicanas não são aperfeiçoadas, mas o estatuto universal da correção política e a impostura intelectual se mostram aptas para forçar os Poderes a celebrar as decisões precárias exigidas pelos coletivos do voluntariado. A verdade é que não damos a mínima para as gerações que vão nascer. Continuamos a estragar tudo, ao patinar no presente.
Mas as redes, isto sim, instilam desinformação, ampliam a ignorância, potencializam a burrice ativa e promovem a hegemonia mental de cérebros que operam ideologicamente em apenas dois circuitos neuronais.
Great!
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