[Texto atualizado com ligeiras e necessárias podas, nas manhãs de 22 e 23 deste agosto belo-horizontino.] Parece ser assim, se não sempre, tanta vez. Namoros, flertes, enlaces com árvores ou flores todos os temos. Mas quero passar logo a um certo Ipê preciso, uma aparição, … Continuar lendo Recaio no truque do Ipê, com trilha e tudo
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Microcomédia dantesca
"(...) II – Purgatório - Dias sujos à vista/ Pois que o outono/ Quase sem distinção/ Tenha vindo revirar/ Como um legista/ Outro dantesco verão/ A manipular/ Sem pudor/ Memórias de enxurrada/ A fermentar seu liquor// (..)"
Guerra e Paz
"Madrugada/ No campo de Borodinó:/ Sobre a palha da aveia,/ Um silvo rasga a névoa;/ A carne acalenta o instante/ Pôr do sol."
Raiva
"Nenhuma poesia in-/ Surgirá da presa/ A se debater/ Contra a queda/ Na movediça tarde azul;/ Sequer da dor,/ Se o poeta lograr/ Por sorte/ Desfazer o laço,/ Ao dar ao espelho/ A cara a tapa."
Céu de Sevilha, não senhor
"Céu de Sevilha, não senhor,/ Em azul, altura, fulgor./ O céu daqui é prófugo;" (...)
Ladainhas
"Que (tímida certeza) a morte/ Ou (lotérica flama) a sorte/ Não me aprontem o disparate/ Assim, de parte a parte,/ De me pegarem degredado,/ —Adúltero, exilado, renegado—/ Fora do leito da arte."
Anamnese
"Entre um dado e mil dados,/ No correr do sucesso/ De fatos e fotos,/ Enredado em destroços/ Do mundo encapelado/ Pós-tsunami do tédio,/ Já não me cabia/ Entre a dieta e o remédio,/ E me desavinha, naufrago,/ Na estranha paisagem estilhaçada;" (...)