
Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá
Ao Compadre, co-autor desta página, e aos primos que preservam a Cachoeira
O Rio se achega e dá-se ao descanso, vale dizer, ao Remanso, pousada breve entre a Pedra e a ravina.
Logo se reparte em dois braços e sobre o penedo rumoreja seu roçar — acalanto da Casa — antes de recomeçar.
Na Casa ouvem-se a Pedra e o Tempo em contracanto.
Ouve-se o claro da flor contra o veludo azul, ao Sol se pôr.
Ouvem-se ecos de risos, lágrimas e suspiros reabsorvidos na Pedra.
Ouvem-se outras vozes no coro: marcos de portas, caibros de telhas, réguas de porão.
Já na aurora, a polifonia no silêncio se fia.
Ouve-se aí só o trio: Rio, Pedra e coração.
Nota: A feitura do poema deve-se inteiramente à inspiração na beleza do ensaio fotográfico que o acompanha, publicado um tanto à revelia do autor, pela mera confiança que se tem num velho e querido cúmplice de jornada, e pelo desejo de compartilhar a expressão artística de um espírito generoso, sensível e incomparável.

Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá

Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá

Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá

Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá

Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá

Fazenda Cachoeira (2009/2010). Foto: Aderbal Correa de Sá